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APLENA - Associação dos Profissionais Liberais de Engenharia, Arquitetura, Agrimensura e Agronomia da Prefeitura de Belo Horizonte

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Comentário sobre a Carta Aberta de Associados

Como já expresso em diversas outras postagens, reiteramos a informação que a APLENA não endossa qualquer posicionamento relacionado a política eleitoral, seja ela acerca de candidato ou de partidos. Nem mesmo através de comentários de seus associados, se limitando apenas a divulgar material enviado para que seus associados possam, por eles mesmos, formar opinião e decidir. 

Prezados amigos e colegas da APLENA

Me sentindo diretamente atingida pela “Carta Aberta de Associados”, uma vez que eu ocupava um dos cargos que foram devolvidos ao Prefeito por ocasião das mudanças de orientação política que ocorreram em julho, venho me manifestar neste espaço:


1) A expressão utilizada acima, "forma como se deu a saída das pessoas antes participantes do governo e sua postura de agir como aquela velha história infantil (NÃO QUERO MAIS ESSAS UVAS, ELAS ESTÃO PODRES...)" não condiz com a postura de respeito com que sempre nos tratamos.

2) A entrega dos cargos se deu por solicitação do Prefeito (isso não é dito) e por uma questão ética: se o partido político que nos indicou para o cargo entraria num processo de disputa com o atual Prefeito, não seria conveniente a nossa permanência em posições estratégicas; até porque, como de fato ocorreu, podia-se esperar a  atribuição a nós de qualquer matéria em que o governo não fosse bem sucedido - e sabemos bem que, independentemente do Prefeito que nos governa, temos sempre muitos desafios a vencer, muita limitação de infraestrutura para trabalharmos, muitas mazelas acumuladas durante anos.

3) Como já disse uma colega nossa anteriormente (a Valéria Braga) , nós, funcionários da PBH, somos como funcionários dos bastidores de um grande teatro do qual gostamos muito e tudo fazemos para que a peça que estiver em cartaz tenha sucesso, agrade o público e, assim, torne melhor a vida das pessoas; acontece que, a cada quatro anos, muda o diretor (=Prefeito), são alterados algumas peças da obra (= programas e projetos), mudam os atores principais (= assessores e Secretários)- mas nós continuamos com nosso trabalho árduo e quase anônimo para manter o teatro (= cidade) funcionando. Eventualmente somos convocados para substituir um desses atores, considerando conhecermos a peça em cartaz e nos identificarmos com as orientações do diretor. Mas depois voltamos à nossa função original.

4) Bem, depois da metáfora acima, é bom frisar que a disputa atual não se dá entre o BEM e o MAL. Isso, sim, seria uma leitura bastante infantil. A disputa está entre duas orientações ideológicas diferentes - uma que prioriza o desenvolvimento econômico e as ferramentas da tecnocracia e outra que prioriza o desenvolvimento social e a democracia participativa. Ambas não deixam de considerar os demais aspectos da administração pública municipal, mas o tipo de priorização vai definir o tipo de parceria a ser feita.

4) Reconheço publicamente algumas boas contribuições trazidas por esse governo, principalmente aquelas que dizem respeito ao estabelecimento de metas e de instrumentos de controle da gestão. Também não me arrependo de ter participado diretamente desse governo, nem me arrependo de ter defendido, até o último momento, a permanência a aliança partidária que o elegeu. Nessa defesa, inclusive, fui alvo de críticas de pessoas importantes em minha vida política e partidária. No entanto, diante do novo quadro, me mantenho ao lado daqueles com quem tenho maior identidade ideológica. Isso, no entanto, de forma alguma, afeta meus compromissos como funcionária pública, como engenheira, como associada da APLENA.

Reivindico meu direito democrático de discordar da manifestação acima sem sofrer represálias por isso.
Reivindico meu direito de continuar respeitando a amando as pessoas que subscreveram essa carta aberta, apesar das diferenças. Espero também poder continuar sendo respeitada e amada por elas..

DESCULPEM-ME PELO LONGO TEXTO DE DESABAFO.

E ESPERO QUE ALGUÉM LEIA ...

Flávia Mourão Parreira do Amaral  

2 comentários:

  1. Oi, Flávia, li e respondi, mas não sei porque, não apareceu aqui. Vou postar novamente, de casa, à noite, um comentário sobre seu comentário. Legítimo, por sinal. Mas continuo mantendo meu modo de ver a coisa. À noite explico com maiores detalhes. Abraço.

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  2. Boa noite.
    Conforme falei no meio do dia, vou fazer um comentário ao seu comentário. Sem querer que seja considerado réplica ou tréplica, apenas um comentário. Você sabe que sempre houve um grande respeito e admiração pelo seu trabalho, sua postura, sua dignidade e coerência no desempenho de suas funções, principalmente por parte da totalidade das pessoas que assinam o documento que deu origem a esse comentário. Não nos referíamos, em absoluto, a alguém, especialmente. O que nos causou surpresa foi, na campanha eleitoral, o Prefeito, que era parceiro até julho, virar alvo de críticas em áreas que estiveram, desde sempre, sob o comando e orientação do partido dissidente. Impossível desvincular áreas como Saúde, Educação, Políticas Sociais, Cultura e Obras de uma gestão quase vintenária. E aí, de julho para cá, tudo estava errado, nada foi feito, e o culpado era o Prefeito? No mínimo, injustiça. Daí essa manifestação que assinei, e assino novamente, por discordar frontalmente da forma e do conteúdo de tudo que foi dito e veiculado durante a campanha eleitoral, apenas isso. Continuo admirando você, tanto pessoal e profissionalmente. Sem represálias, sem contestações, democraticamente aceitando as divergências. Que fazem parte de nossa vida, diuturnamente. Saber superá-las é o segredo para o trabalho seguir em frente.
    Abraço.

    Humberto Guimarães Bernardes

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